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Polícia diz ter confirmado 2º caso de pedofilia envolvendo professora no RJ

A delegada Cristiane Bento, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (Dcav),
no Centro do Rio, afirmou nesta sexta-feira (29) que mais uma criança, de 4 anos, foi vítima da professora suspeita de pedofilia em uma creche em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ela e um advogado de 63 anos estão presos pelo crime.
"A gente está com duas crianças confirmadas. A gente está com várias fotos de crianças que ela estava mostrando pro advogado. Essas, eu não sei se, efetivamente, ela chegou a abusar, ou não", explicou a delegada Cristiane Bento.
A delegada comentou também o conteúdo de uma das mensagens que foi trocada entre os suspeitos. “Tem mensagem de Whatsapp dela [professora] para ele [advogado] onde ela filma a menina, mostra a menina e ele fala assim: ‘Ahh eu nem consegui dormir vendo esse vídeo? Você consegue trazer ela até a minha residência?’ E ela fala que sim”, contou Cristiane Bento.
Viviane Carvalho, a dona da creche, onde a professora suspeita de pedofilia trabalhava desde fevereiro, voltou nesta sexta-feira (29), à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima (Dcav). Ela reafirmou que desconhecia o aliciamento de crianças na instituição e que confiava na professora, de 39 anos, que ela conhece desde infância.
"Nenhum momento ela despertou pra gente nada contra a índole dela. Nem com celular na mão eu nunca peguei ela", contou a proprietária da creche.
Como mostrou o RJTV, a polícia vai visitar outras duas creches em que a suspeita trabalhou. Os investigadores quem saber se há outras vítimas.
Entenda o caso
Na quarta-feira (27), depois de investigar uma denúncia anônima, os agentes da Dcav prenderam um advogado de 63 anos e apreenderam computadores e material de pedofilia, que ele tinha em seu escritório no Centro do Rio. Pelas imagens e por trocas de mensagens através de redes sociais, em que crianças eram oferecidas ao advogado, os policiais chegaram até a professora da creche. Segundo a polícia, ela aliciava crianças para levar ao advogado.
"Quando eu olhei aquilo [a foto enviada em anonimato], eu me perguntei: 'Quem é essa menina? Quem é esse homem?', quando começamos a investigar e chegou até ele. Aí eu pedi a busca e apreensão na casa e no escritório dele. Foi quando a gente se deparou com aquele monte de material de pedofilia. No contexto, havia essa mulher", disse a delegada.
A professora admitiu ter aliciado uma criança em 2007. O advogado nega ter abusado sexualmente de crianças. Os investigadores dizem que o advogado pagava para a professora levar crianças até ele.
"O fato dela entregar crianças e adolescentes para este advogado começou a partir de 2007, isso em troca de dinheiro. A gente busca o maior número de provas e de vítimas para que no final eles possam responder pelos crimes efetivamente que eles praticaram. A pena de cada um por estupro de vulnerável é de 15 anos, sendo que o advogado responde também pelo armazenamento de fotos e imagens destas crianças", afirmou a delegada.
Uma mãe suspeita que o filho tenha sofrido abusos da professora porque notou uma mudança de comportamento do menino. "Eu fiquei indignada porque eu deixo ele lá pra aprender outras coisas, e aprendeu isso, a gente ficou impressionada com o comportamento dele", contou.
Segundo Viviane, os pais das 25 crianças matriculadas na casa de recreação e lazer do bairro também não desconfiavam de nada na atitude de professora, que sempre fora muito delicada e atenciosa com as crianças. Na quinta-feira (28), eles prestaram apoio à dona do estabelecimento e disseram que iriam manter seus filhos no lugar.
Na quinta-feira, Viviane reconheceu imagens de pelo menos dois alunos da creche. Uma das crianças, inclusive é sobrinha da dona da unidade. Ela contou que algumas das fotos foram feitas quando as crianças estavam seminuas — só de calcinha ou cuequinha — trocando de roupa para usar fantasias na festinha do Dia do Índio, em 19 de abril.
Nesta sexta-feira, a delegada Cristiana Bento, aguarda o depoimento dos pais de uma das crianças da creche que foi reconhecida em imagens encontradas no celular da professora e no escritório do advogado suspeito. Ela quer ouvir os responsáveis de todas as crianças matriculadas.
A professora e o advogado estão presos e vão responder pelos crimes de estupro de vulnerável e por armazenar imagens pornográficas de crianças ou adolescentes. A penas para esses dois crimes é de 20 anos de reclusão.