Facebook

Bebê cai, quebra a cabeça e irmã adolescente foge

"Parece um filme de terror. Não acredito que isso está acontecendo comigo",
desabafou, aos prantos, a diarista e manicure Michele Cristina dos Santos, 35 anos, ao falar sobre o desaparecimento da filha mais velha, uma adolescente de 14, e sobre o estado de saúde da  filha caçula, uma garotinha de apenas 2 anos.
A adolescente está desaparecida desde a tarde da quarta-feira, 27, quando saiu de casa na Travessa Santana, em Cosme de Farias, logo após a irmã pequena sofrer um ferimento na cabeça.
A criança foi encontrada pela mãe, por volta das 18h, sobre uma das camas da casa, com um ferimento profundo no crânio e sangrando muito pelo nariz.  Ela estava trancada dentro do imóvel com a outra irmã, uma menina de 3 anos.
A diarista acredita que a pequena se feriu ao cair da cama. No entanto, segundo registro no posto da Polícia Civil do Hospital Geral do Estado (HGE), o médico que atendeu a criança afirmou que a lesão não é compatível com queda, pois o crânio estava aberto.
A garota passou por cirurgia e, até a noite desta quinta-feira, 28, permanecia internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do HGE, em estado grave.
Embora a mãe das meninas não acredite que a adolescente tenha  agredido a irmã caçula, o caso foi registrado na Delegacia Para o Adolescente Infrator (DAI). Michele foi ouvida na tarde desta quinta-feira, pela delegada plantonista Patrícia Nuno - que foi procurada pela reportagem, mas não quis se pronunciar.
Abalada, Michele disse não ter noção do que aconteceu dentro da casa durante as 3 horas que ficou fora trabalhando. "Saí era umas 3h para fazer duas unhas. Deixei ela [adolescente] com as irmãs. Quando voltei, a de 3 anos [filha] me deu a chave para abrir a porta. Procurei por ela [adolescente] e não achei. Aí fui no quarto e vi a outra menina deitada toda ensanguentada", lembrou. De acordo com ela, a filha mais velha sempre cuidou das irmãs menores e nunca as maltratou. "Às vezes, ela reclamava por que as meninas dão muito trabalho, mas é coisa de adolescente", ponderou a mãe.
Apelo para a filha voltar
Michele afirmou que a adolescente é uma menina tranquila e que não dá trabalho. "Ela só estuda e vai para a igreja. Ela é evangélica, é testemunha de Jeová. É da escola para casa, da igreja para casa", contou a mulher.
Desesperada, ela fez um apelo à jovem e pediu que ela retornasse para casa. "Minha filha, volte para casa. Não vou lhe bater, não vou brigar com você. Só quero saber o que aconteceu com sua irmã", implorou, entre lágrimas, a senhora. Michele disse que não sabe mais onde procurar a filha.
A menina saiu de casa apenas com a roupa do corpo, sem documento e sem celular. "Já estive na escola, falei com as amigas dela e ninguém soube informar nada. Tenho medo que alguém pegue ela e faça algum mal", lamentou a diarista. A garota cursa a 7ª série do ensino fundamental na Escola Municipal Olga Figueiredo de Azevedo, no Vale do Matatu. Até ontem à noite, ela não tinha retornado para casa.