Diversos moradores da cidade ficaram indignados e
desacreditavam que a justiça seria feita
neste caso, alguns justificavam o poder aquisitivo e de influencia da família
do suspeito em diversos setores da sociedade. Em muitas esquinas e cantos da cidade, quando o assunto é tratado, muitas pessoas fazem questão de emitir opinião dizendo que a hipótese da família ter enviado o suspeito para outro país é grande. Um dos fatos mais absurdos que já
aconteceu no estado da Bahia e que não ganhou a repercussão e obstinação
merecida para solução do crime e prisão do criminoso que cometeu esta
barbaridade.
Desta forma torna-se impossível exigir que a sociedade
se mantenha dentro do código de ética e leis imposta pelo estado de maneira
tranquila e confiável.
Veja como tudo aconteceu....
O estudante suspeito de agredir e
matar a jovem Jéssica Nascimento, de 21 anos, que estava grávida de
aproximadamente 4 meses, na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia,
ainda não foi preso pela polícia. O crime completou um ano nesta terça-feira
(25).
O suspeito, o estudante de
Engenharia Américo Francisco, de 25 anos, chegou a ser preso em flagrante, no
dia do crime, mas foi solto mediante pagamento de fiança de R$ 5 mil. Após as
agressões, Jéssica ainda chegou a ser socorrida e ficou internada por 16 dias
na UTI de um hospital da região, mas não resistiu.
A defesa do suspeito disse que o
cliente foi liberado porque a Polícia Civil configurou inicialmente o caso como
violência doméstica, já que a jovem ainda não havia morrido, e entendeu que a
situação era afiançável. Dias depois, no entanto, após a morte da jovem, a Polícia
Civil pediu a prisão preventiva do suspeito, que foi acatada pela Justiça,
mas ele nunca mais foi localizado.
A família da jovem morta ainda
busca uma resposta. "Muita saudade. Inclusive, teve o aniversário dela dia
11 de março, quando ela faria 22 anos. Foi muita dor, muito choro, muita falta
mesmo", relata a tia da vítima, Elma Augusto.
Segundo a investigação, Américo teria agredido a jovem
em uma festa na casa da vítima. Ela perdeu o bebê por conta das lesões que
sofreu. "A autoridade policial tinha conhecimento do estado grave de
Jéssica, tinha conhecimento de que ela estava grávida e mesmo assim foi
arbitrada uma fiança no valor de R$ 5 mil reais. O Américo pagou essa fiança e
foi solto", lamentou a advogada da família de Jéssica, Nádia Cardoso.
Segundo a defesa do suspeito, em
depoimento, ele negou que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, como
relatou a família da jovem, e relatou ter feito uso de drogas e bebida
alcoólica no dia do crime, mas que não se lembra do que aconteceu. Ele diz que
bateu a cabeça na parede, perdeu a consciência e só recuperou quando estava na
delegacia. O rapaz ainda afirmou que não sabia que a jovem estava grávida. A família
da jovem também relatou não saber da gravidez.
Duas testemunhas da morte de Jéssica
afirmaram, em depoimento à polícia, que o suspeito de cometer o crime discutiu
com a vítima após ela usar o aplicativo WhatsApp. Uma das
testemunhas afirma que Américo ficou "alterado" após usar drogas
junto com o grupo de três amigos que estavam na casa da vítima no dia do crime
e "começou a implicar" com a vítima quando ela usava o aplicativo de
mensagens.
A advogada da família da vítima,
Nádia Cardoso, defende que o suspeito cometeu o crime por ciúmes, ao ver que a
jovem estava usando o celular. Ela defende que o suspeito responda pelo crime
de homicídio qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos.
Américo foi indiciado pela polícia por lesão corporal seguida de
morte e dano qualificado. O primeiro com pena de até 12 anos e o
segundo com pena de até 3 anos. O inquérito foi concluído pela polícia no dia
25 de maio, um mês após o espancamento de Jéssica. Ela morreu no dia 10 de
maio, após ficar internada em hospital em coma induzido.
Luto
Enquanto ainda não há informações sobre o paradeiro do suspeito, a
família de Jéssica continua em luto e espera que a Justiça seja feita. "A
gente só vai ficar feliz, entre aspas, quando ele estiver preso", diz a
tia da jovem.
O crime contra a jovem virou até projeto de conclusão de curso de uma
estudante de jornalismo de Vitória da Conquista. A aluna Natália Rocha estudou
as publicações na imprensa sobre o caso e vai apresentar o trabalho na
faculdade. "Acredito que Jéssica seja um ponto de partida para a gente
discutir um tema que é mais amplo, que é a violência contra a mulher aqui na
região sudoeste da Bahia", afirmo Natália.
A reportagem não conseguiu contato com o delegado que está à frente do
caso. A defesa de Américo Francisco Vinhas disse que ele teve a prisão
preventiva decretada, que o inquérito foi concluído e que o habeas corpus está
pendente no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).