A esteticista Suelen Coimbra do Carmo, de 27 anos,
confessou à Polícia Civil que dopou
a grávida Naiara Silva Costa, de 22 anos,
antes de matá-la e fazer um parto forçado, em Nerópolis, na Região
Metropolitana de Goiânia. Segundo a delegada responsável pelo caso, Azuen Magda
Carvalho, a presa queria ficar com o bebê e, após tirá-lo da barriga da mãe,
tentou reanimá-lo, mas ele não resistiu.
Azuen afirmou, em entrevista à
TV Anhanguera, que recebeu ligações, nesta quarta-feira (28), de gestantes que
denunciaram terem sido procuradas por Suelen. “Ela estava buscando pessoas
grávidas, ela queria um bebê a qualquer custo. A Naiara foi uma vítima em
potencial, uma pessoa frágil que ela conseguiu seduzir”, afirmou.
O
crime ocorreu na segunda-feira (26). Naiara, que estava no 8º
mês de gestação, foi achada morta e enterrada no quintal da esteticista no dia
seguinte. Já o bebê foi encontrado enrolado em panos dentro de uma bacia sobre
uma cama da casa. A presa
confessou ter atraído a vítima até sua casa com o pretexto de lhe dar roupas e
berço para a criança que iria nascer, já que a própria Suelen havia feito um
enxoval enquanto estava grávida, mas havia perdido o bebê há cerca de dois
meses.
A presa fez promessas de doar o material à vítima por meio de áudio. Ela
disse: “A reunião de amanhã garante. Você já vai buscar o enxoval. Na hora de
voltar eu levo você junto com o enxoval. Não te dou certeza de conseguir
carrinho, agora berço, as roupas do neném, sim”.
Na data do encontro, Naiara recebeu a esteticista em sua casa e ambas
foram para a casa dela. A vítima chegou a avisar o marido onde estava indo,
também por meio de áudio. “A menina [Suelen] disse que a reunião era para ser
amanhã, mas foi marcada para hoje, para poder receber o enxoval. Ela vem me
buscar para eu poder ir mais ela”, disse.
Depoimento e investigação
A delegada ressalta que Suelen deu à Naiara o nome falso de Amanda
quando se conheceram por meio de um grupo na internet que ajuda grávidas
carentes. Durante depoimento à Polícia Civil, a detida chegou a dizer que a
própria vítima dizia não querer ficar com o bebê, mas a corporação não acredita
nesta narrativa.
“A Suelen chegou a dizer que avítima se comprometeu a dar o bebê a ela e
queria fazer o parto na casa dela. Na versão da autora, quando estavam na casa
em Nerópolis, a vítima ficou nervosa porque o marido estaria ligando para ela e
não sabia dessa suposta intenção de não ficar com o bebê e, por isso, pediu um
remédio para se acalmar, que foi quando Suelen a dopou”, disse.
Azuen pontua ainda que, conforme a perícia, o corte feito na barriga da
vítima foi feito com bisturi e de forma muito precisa. Além disso, não foram
encontradas marcas de corda no pescoço de Naiara, material que teria sido usado
para enforcá-la segundo a própria presa.
“Nós trabalhamos com a possibilidade de a autora ter recebido ajuda de
outra pessoa por causa do corte, do estrangulamento e até porque não há marcas
de que o corpo tenha sido arrastado e é difícil que ela tenha conseguido
carregar a vítima sozinha até o quintal”, pontuou.
Família
Durante
depoimento à Polícia Civil, marido de Naiara, o balconsita Jhemerson Silva de
Souza, afirmou que, no dia do crime, a suspeita chegou a ligar para ele e
contar que a vítima estava passando mal e falando com a língua enrolada. A
delegada Azuen Magda Carvalho conta que ele chegou a pedir que Suelen a
colocasse em um táxi para que ela fosse para casa.
“Ele disse que, como Naiara não
chegava em casa, ligou várias vezes e ela confirmou que havia deixado ela num
táxi para casa. No outro dia, ele chegou a registrar o desaparecimento dela na
Polícia Civil. Horas mais tarde o corpo dela foi encontrado”, contou.
À TV Anhanguera, o esposo contou
que ficou muito abalado com tudo o que aconteceu. “Fiquei encabulado porque ela
era uma pessoa tão esperta e deixou se levar por essa mulher”, disse.
Já a mãe da vítima, Dulce Silva
da Cosa, relatou que ficou indignada com a situação e pede que a autora do
crime pague. “Não tem condição de uma pessoa dessa ter distúrbio mental,
planejar tudo isso. Que a justiça seja feita. Que ela seja processada,
encarcerada. Ela acabou com a minha família, acabou com a minha vida”, afirmou.
Denúncia
Vizinho
da suspeita, o servente de pedreiro Marcos Pereira disse que Suelen pagou uma
quantia para ele cavar um buraco no quintal alegando que gostaria de fazer uma
horta no local. No entanto, ele desconfiou quando soube que o espaço teria dois
metros de comprimento por um de profundidade e chamou a polícia.
"Quando ela fez isso, já
achei tudo estranho. Fazer uma plantação em um metro para baixo da terra? Para
que isso?", questionou.
fonte g1