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Servidora pública é exonerada após postar ensaio sensual nas redes sociais

A servidora pública Niuara Artiaga, de 29 anos, foi exonerada da Câmara de Vereadores de Cáceres,
município localizado a 220 km de Cuiabá, no Mato Grosso, após divulgar nas redes sociais fotos de um ensaio sensual.
Niuara era assessora de gabinete na Câmara e teve exoneração assinada na última sexta-feira (16), dois dias depois da divulgação das fotos, com publicação no Diário Oficial na terça-feira (20).
Nas redes sociais, a ex-servidora fez um desabafo e afirmou ser vítima de assédio.
“Tem muito ‘homem’ sendo inconveniente e ofensivo querendo saber valores pra eu me sujeitar a uma saidinha (…). Venho informar que não sou garota de programa, como tem gente imaginando, apenas por eu ter feito esse ensaio fotográfico”, relatou.
“Esse tipo de atitude infelizmente é uma consequência do machismo da nossa sociedade, que naturaliza a ideia de que mulheres estão sempre disponíveis e interessadas pelo ato sexual e ainda são consideradas vulgares”, desabafou.

texto publicado em sua perfil na rede social 
"Galera venho aqui expor uma situação constrangedora que venho passando em relação de ter realizado um ensaio fotográfico de Nu Artístico Feminino. Primeiro que fui exonerada do meu trabalho por ter feito o ensaio fotográfico. Segundo eu tinha consciência dos possíveis assédios e comentários in Box e eu sempre soube lidar com isso em razão de ter minha vida sempre exposta e com fotos diversificadas nas redes sociais. No entanto tem muito "Homem" sendo incoveniente e ofensivo querendo saber valores pra eu me sujeitar a uma saidinha, passeio, ou o famoso PG e até a compra das fotos!!
Só quero esclarecer que realizei um trabalho artístico para as lentes de um profissional que visou divulgação do teu trabalho enquanto fotógrafo, sem abono ou presentinhos por isso.
E venho informar que NÃO SOU GAROTA DE PROGRAMA como tem gente imaginando apenas por eu ter feito esse ensaio fotográfico.
Esse tipo de atitude infelizmente é uma consequência do machismo da nossa sociedade, que naturaliza a ideia de que mulheres estão sempre disponíveis e interessadas pelo ato sexual e ainda são consideradas vulgares.
Eu, enquanto MULHER, historiadora e assistente social devo sim levantar a voz contra o assédio sexual no contexto das redes sociais, e já informo as mulheres e homens que isso não tem nada haver com moralismo, e sim com o respeito. Por isso digo: mulheres não se sintam acuadas e intimidadas em fazer o que sente vontade ou para recusar um avanço sexual — seja ele ao vivo ou pelas redes sociais.
E tem mais: cantada invasiva pode ser considerada uma contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, definida pelo artigo 61 da Lei de Contravenções Penais (Lei nº 3688/41)
#SouMulherãoDaPorra 😘😘😘
(*Texto adaptado. Artigo "Assédio sexual pelas redes sociais também pode ser considerado crime" de Patrícia Gnipper)"