Facebook

Witzel pedirá militares por mais 10 meses após intervenção e quer snipers para 'abater' criminosos com fuzis

Eleito governador do estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, do PSC, afirmou 
em entrevista 
ao programa Estúdio I, da GloboNews, nesta 
terça-feira (30), ter solicitado levantamento de 
quantos "snipers" – atiradores de elite – 
existem em unidades especiais das polícias 
Militar e  Civil.
Witzel, que é ex-juiz federal e foi eleito para o Palácio Guanabara com quase 60% dos votos válidos
também anunciou que irá pedir ao governo federal a manutenção de decreto de Garantia da Lei 
e da Ordem por mais dez meses.
Ao tratar dos atiradores de elite das corporações, Witzel respondeu a pergunta sobre uma de 
suas propostas que buscou enfatizar durante a campanha: abater criminosos que estejam 
com fuzis.
Na sequência, o governador eleito foi confrontado com casos no Rio em que pessoas com 
furadeiras e guarda-chuvas foram baleadas e mortas por policiais militares. Witzel argumentou que 
os tiros não foram dados por "militares preparados".
Temer assina decreto de intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro
Policial do Bope confunde furadeira com arma e mata morador do Andaraí
Intervenção federal no RJ é a 1ª desde a Constituição de 1988
Witzel lembrou, então, o flagrante na manhã desta terça, no qual o Globocop registrou
 homens armados de fuzil disparando contra um blindado da polícia na Cidade de Deus, Zona Oeste.
"Tinha cinco elementos de fuzil. Ali, se você tem uma operação em que os nossos militares 
estão autorizados a fazer o abate, todos eles seriam sido eliminados", disse.
Questionado, o governador acrescentou que policiais especializados em disparos precisos e a 
longa distância também poderão ser colocados em helicópteros para efetuar os disparos.
 "Quem vai dizer são os técnicos que vão montar as operações", explicou.
Witzel esclareceu que a autorização para o abate de criminosos de fuzil nas ruas é uma
 interpretação pessoal do Código Penal e afirmou que vai defender os policiais nos tribunais. 
No entanto, admitiu que existe o risco de o policial ser condenado em tribunais do júri.
"Prefiro defender policiais no Tribunal do que ir a funeral. O policial será defendido. Se 
condenado, nós vamos recorrer. Se a setença for mantida, é um risco que a gente corre. 
O que me deixa desconfortável é ver bandido com fuzil na rua."
Garantia da Lei e da Ordem
Também ao Estúdio I, o governador eleito contou que pretende solicitar ao governo federal a manutenção do decreto de Garantia da Lei e da Ordem no RJ por mais dez meses.
"Esse legado da intervenção a gente precisa aproveitar, conversar com o general [Walter]
 Braga Netto, conversar com o presidente Jair Bolsonaro, para que a gente possa, se for o caso, 
manter por mais 10 meses, como Garantia da Lei da Ordem, até que a gente possa ter efetivo suficiente para transpor."
Na manhã desta terça, em reunião com o atual governador Luiz Fernando Pezão, Witzel afirmou 
que soube que há 1,2 bilhão para ser investido nas polícias Civil e Militar. O governador eleito
 disse que "parece" que o investimento já está empenhado em equipamento: colete, munição 
e fuzis, por exemplo.
Desculpas por ato de intolerância
Durante a entrevista, o governador eleito qualificou como ato de intolerância o fato de então 
candidatos do PSL quebrarem uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), morta
 em março deste ano
"Ele [Rodrigo Amorim] rasgar a placa e fazer o que ele fez, aquilo ali eu também repudio.
 Liguei para o professor Tarcisio [Motta, correligionário de Marielle] e disse: 'Professor Tarcisio, 
receba a minha solidaridade. Jamais compactuo com qualquer estímulo à intolerância",
ressaltou Witzel.
O governador eleito também se desculpou com familiares de Marielle e declarou que se 
sentiu constrangido de estar no ato em que a placa em homenagem à vereadora foi quebrada.
Recuperação da dívida do RJ
Tratando de economia, o governador eleito brincou ao falar sobre a renogociação do Regime de Recuperação Fiscal do estado. Witzel disse que, no domingo, após votar, pediu ajuda a São 
Judas Tadeu, o "santo das causas impossíveis".
"Fui pedir a ele [ao santo] para ajudar a fazer a renegociação da dívida. Brincadeiras à parte, 
a gente sabe que essa recuperação fiscal, outros estados vão começar a pensar nela agora. 
Alguns governadores estão acampando na frente da casa do Jair Bolsonaro."
Witzel questionou se o regime adotado para renogaciar a dívida seria o melhor modelo. No 
entanto, o governador eleito entende que "nesse momento é o que temos".
"Temos que cumprir essas medidas e o governador está cumprindo as medidas. Alguns
 itens do relatório, como reforma administrativa, aumento de carga tributária, ainda não estão
 finalizados. A gente tem 1 ano e 9 meses pela frente, e depois mais três."
O acordo de recuperação fiscal foi fechado em setembro do ano passado e possibilitou o
 estado renegociar a dívida com a União, o que representou um alívio à mais grave crise 
econômica enfrentada pelo RJ.
O plano terá a duração de três anos e foi concebido para ser usado exatamente para liquidar 
boa parte das contas em atraso, pagando salários e outras contas que não estavam em dia.