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MEC recua e retira slogan de Bolsonaro de carta às escolas

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, não deixou que se completassem
24 horas do  polêmico e-mail enviado pelo Ministério da Educação (MEC) às escolas brasileiras, e já recuou, nesta terça-feira (26), quanto a algumas das orientações dadas ao diretores, principalmente às relacionadas ao slogan da campanha de Jair Bolsonaro "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos". Vélez disse que errou e retirou da carta o slogan de Bolsonaro.
"Eu percebi o erro. Tirei essa frase [com o slogan de Bolsonaro] . Tirei a parte correspondente a filmar crianças sem a autorização dos pais. Evidentemente se alguma coisa for publicada será dentro da lei, com a autorização dos pais. Saiu hoje de circulação", disse o ministro da Educação a jornalistas, nesta terça. Uma nova carta deve ser enviada ainda nesta terça.

O e-mail do MEC continha uma carta do ministro da Educação , com um pedido de cumprimento voluntário para que fosse lida no primeiro dia letivo deste ano. No texto, além de uma saudação à educação responsável e de qualidade, consta o slogan usado por Jair Bolsonaro em sua campanha e a orientação de que os alunos sejam gravados, depois de perfilados, para cantar o hino nacional.

Hoje cedo, o ministro se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e comentou sobre medidas planejadas para o ministério que toca. A decisão de mudar o texto da carta foi divulgada aos jornalistas após o encontro com Alcolumbre.
"Estive com o presidente do Senado, uma pessoa maravilhosa, muito aberta ao diálogo e nós, no ministério, temos como função cuidar da educação do Brasil, ajudar a educação, melhorar, de mãos dadas com nosso representantes no Parlamento", disse Vélez.

A carta enviada ontem gerou repercussão na Câmara. O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) gravou um vídeo informando que iria denunciar Vélez pelo crime de responsabilidade. Segundo o parlamentar, é inadmissível que o slogan de Bolsonaro seja lido por diretores em escolas. Por sua vez, a deputada Janaina Paschoal também criticou o ministro, sugerindo que ele procurasse um assessor jurídico.