Pacientes com câncer que realizam tratamento no hospital Ophir Loyola em Belém
denunciam que estão há mais de 15 dias sem receber os medicamentos para o controle da doença.
Segundo eles, o serviço está suspenso desde o dia 6 de abril e, além da falta dos produtos, eles também cobram maior transparência sobre o processo de compra, venda e distribuição dos medicamentos.
A dona de casa Ilza Veloso, que realiza tratamento no hospital contra leucemia, lembra que existe um decreto do governo do estado que visa garantir essa transparência quanto a oferta de remédios usados no tratamento contra o câncer, mas “o problema é que governo não está cumprindo com o determinado.
Os pacientes não conseguem saber de quem é a responsabilidade do pedido, da compra, o controle do estoque. Não sabemos se o Ophir Loyola está fazendo o pedido certo”.
Para não ficar sem medicamento, muitos pacientes tentam comprar os remédios pela internet. Mas com preços que podem chegar até R$ 11 mil reais, muitos temem cair em golpes.
“Na internet, a variação de preço do mesmo produto é absurda. Isso nos dá uma insegurança.
A gente fica com receio, não sabemos o nível de confiança do site. Ficamos com medos de golpes. Não é comum encontrar um site a nível nacional que comercialize esses produtos”, declarou o administrador, Cleonildo Nahum.
Por telefone, a presidente do conselho estadual de inspeção cidadã, Belina Soares, informou que o problema no hospital Ophir Loyola é crônico e que falta planejamento, gestão e transparência por parte do hospital. Ela disse que a demanda pelo medicamento é crescente e quer saber por que está em falta. A presidente também disse que esse medicamento é importância para continuidade da vida.
O Hospital Ophir Loyola informou, em nota, que a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) seria a responsável pelo repasse dos medicamentos.
Em nota, a Sespa informou que a aquisição dos medicamentos é de responsabilidade do Ministério da Saúde e que o repasse dos remédios deveria ter ocorrido até o dia 20 de março. A secretaria assegura que tem cobrado a entrega dos itens. Em relação a outros dois medicamentos citados pelos pacientes, a Sespa nega que eles estejam em falta.
O G1 tenta contato com o Ministério da Saúde sobre as denúncias de falta de repasse de medicamentos.