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Investimento em saúde da Bahia é terceiro pior do país, aponta estudo do CFM;

Um levantamento divulgado nesta terça-feira (13) pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM) aponta que a Bahia tem o terceiro pior investimento em saúde pública do país. O estado só investe mais em saúde que o Pará e o Maranhão. Os estados que apresentaram melhor desempenho foram Roraima, Mato Grosso e Tocantins. 

 Realizado em 2017, o estudo mostra que a Bahia tem um gasto diário de apenas R$ 2,13 por cidadão. Por ano, o investimento é de pouco mais de R$ 760. O secretário Estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, diz que desconhece a metodologia da pesquisa e afirma que, no ano passado, o estado investiu em sáude mais do que percentual previsto em lei.

 "O indicador utilizado está atrelado fortemente ao indicador econômico, que é o PIB per capita. A Bahia é o 20º estado mais pobre do Brasil. Então, naturalmente, qualquer indicador de saúde econômica vai estar associado a esse valor. Na verdade, a Bahia é hoje o terceiro estado que mais investe em novos serviços de saúde e o 4º estado com maior valor de recursos aplicados na sustentação do sistema público de saúde", contou o secretário. 

 Ainda segundo o levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Salvador ocupa o mesmo lugar que a Bahia entre as capitais. Por ano, são pouco mais de R$ 243 por pessoa. A capital baiana só investe mais em saúde que o Rio Branco, no Acre, e Macapá, no Amapá. O secretário Municipal de Saúde, Luiz Galvão, contesta os dados do conselho e também afirma que os investimentos municipais foram maiores do que os previstos em lei no ano passado. "O que nós temos no ano de 2017 é mais do que o dobro desse valor que foi investido. 

Nós temos em torno de R$ 750 milhões que são gastos com recursos próprio e mais R$ 640 milhões que são gastos com rescurso do Governo Federal. A escassez do recurso federal da saúde do município vem precionando o município a fazer mais gastos com a saúde", disse o secretário Luiz Galvão. 

 O Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que o cálculo foi feito com base nos dados declarados no sistema de informações sobre os orçamentos públicos em saúde, do Ministério da Saúde. Segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremeb), um dos grandes problemas é a tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), do Governo Federal, que não muda há mais de dez anos. 

O Cremeb diz que os valores deveriam ser dobrados para equilibrar as despesas. Brasil A mesma análise feita pelo CFM aponta que o Brasil gasta R$ 3,48 por dia com saúde para cada cidadão brasileiro. Por ano, o investimento representa um gasto médio de R$ 1.271 por pessoa. 

A entidade classificou o valor como “abaixo do ideal”. De acordo com o CFM, o gasto total com saúde pública deveria ser equivalente a 10% do PIB do país, em vez dos atuais 2,94% – soma considerando União, estados e municípios. Em nota, o Ministério da Saúde informou que desconhece o método utilizado pelo CFM pra levantar os gastos no país e que também faz adequações periódicas na tabela SUS. Segundo o comunicado, desde 2006, já fez mais de mil reajustes. Na nota, o órgão também afirmou que destina pra saúde mais do que é obrigado por lei.