No final final de tarde desta terça feira, grupos de aplicativos de whats app e plataformas de redes sociais estavam em polvorosa com matérias divulgadas por diferentes sites de noticias. Onde trazia a informação que que o médico pediatra Dr. Julio Cesar, que foi barbaramente assassinado na cidade de Barra, teria como motivação um possível assédio do médico a esposa de um dos seus pacientes.
Rapidamente muitas pessoas começaram a questionar estas informações, inclusive o irmão da vitima postou um áudio demonstrando sua indignação diante das afirmações. Algumas pessoas começaram a acusar os sites de noticias que postaram ou replicaram a matérias, porém os sites tiveram como fonte o site da secretaria de segurança publica do estado, oque fez aumentar a indignação da família e amigos enlutados.
A imprensa local buscou informações com os responsáveis pelas investigações, e a resposta obtida é que nunca existiu esta informação de que o médico teria cometido assédio, e que não se sabe como havia chegado a imprensa. Por sua vez a imprensa teve como fonte o site da secretaria de segurança publica. como segue abaixo :
A família da vitima publicou uma nota pública colocando-se em defesa das equipes que estão investigando o caso e agradecendo todo o empenho, porém questiona a informação publicada no site da secretaria de segurança;
NOTA
PÚBLICA 29.09.2021 Nota da Família do Dr Júlio César
Nesta terça-feira (28) a Assessoria de
Comunicação da Polícia Civil do Estado da Bahia divulgou nota intitulada
“Polícia Civil elucida homicídio de médico no município de Barra”.
A respeito desta nota, que já está
repercutindo em veículos de imprensa de todo o país, a família do médico Júlio
César de Queiroz Teixeira vem a público manifestar algumas considerações:
1)
Em primeiro lugar, é importante reconhecer a dedicação incansável e a
competência técnica do trabalho realizado em conjunto por policiais da
Delegacia Territorial (DT) do município de Barra e da Coordenadoria Regional de
Polícia do Interior (14ª Coorpin/Irecê), com o apoio da Coordenação de Apoio
Técnico à Investigação, do Departamento de Polícia do Interior (Cati/Depin), ao
longo dos últimos quatro dias, desde que Júlio César foi brutalmente
assassinado, na manhã do dia 23/09, enquanto atendia uma criança, em um
consultório no município de Barra/BA.
2) Reconhecemos e agradecemos às equipes
envolvidas pela agilidade deste trabalho investigativo que, em poucos dias, conseguiu
descobrir os envolvidos e capturar dois suspeitos deste crime bárbaro.
3) No entanto, nos surpreende e preocupa
o fato de a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil, de forma precipitada e
temerária, divulgar uma nota pública oficial afirmando categoricamente em seu
título que o caso foi elucidado. Elucidar significa esclarecer, decifrar,
explicar de forma a não restar mais dúvidas a respeito do ocorrido. E sabemos
que este caso ainda não foi elucidado inclusive pelo fato de que, na mesma
nota, a Ascom da Polícia Civil reitera textualmente que “as equipes continuam
realizando diligências para localizar e prender o mandante do crime”.
4) Outro ponto que nos causa estranheza e
apreensão enquanto familiares do médico Júlio César é a nota trazer uma
declaração do delegado Ernandes Reis Santos Júnior, coordenador da 14ª
Coorpin/Irecê, afirmando que “o mandante do homicídio alegou que a vítima teria
cometido um suposto assédio a sua esposa e por esse motivo determinou a morte
do médico”. Ora, se a Polícia Civil ainda está em busca do mandante, como ele
poderia ter alegado esta motivação?
5) Também nos assusta o fato de ver uma
acusação extremamente grave e difamatória obtida a partir da fala de um
criminoso – executor dos disparos que covardemente ceifaram a vida de Júlio
César sem qualquer chance de defesa – divulgada em uma nota oficial da Polícia
Civil e disseminada por veículos de comunicação de todo o país como verdade
irrefutável.
6) Neste sentido, a família do médico
Júlio César de Queiroz Teixeira vem a público reiterar a confiança no trabalho
da Polícia Civil e, ao mesmo tempo, solicitar a retificação da nota de forma
que ela expresse a veracidade do atual momento das investigações.
7) Nos últimos 20 anos, Júlio César de
Queiroz Teixeira exerceu a medicina com extrema dedicação, honestidade e ética.
Não podemos permitir que, após a sua morte, a fala de um criminoso seja
suficiente para manchar toda uma trajetória de serviços prestados à saúde da
população brasileira.
Assim que forem divulgadas novas informações estaremos publicando de acordo com os informes oficias por parte dos órgãos competentes
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