O desafio de realizar a festa de São João é como
ter a responsabilidade de com o dinheiro do povo, escolher as atrações tendo
que ouvir o povo, decorar a festa de forma que atenda a expectativa do povo,
escolher o local da festa que o povo concorde na sua maioria, dar a segurança,
conforto e comodidade que o povo merece, gastar dentro do orçamento o dinheiro
do povo. Porém infelizmente existem situações em que o povo não é consultado
dificultando ainda mais a satisfação de uma grande maioria, é serve como
alicerce para justificar as recolhas e decisões tomadas.
Na
pratica é
muito complicado obter 100% de satisfação, uma verdadeira utopia, mais na
realidade nunca se tem um real diagnóstico do nível de satisfação. A história
das realizações dos grandes eventos como São João, Carnaval, Reveillon, e
tantas outras festas, é que quem realiza, faz uma estimativa dentro do universo
dos amigos próximos e correligionários, como positiva e por muitas vezes super
valorizam estas mesmas opiniões.
Uma das grades
verdades é que quanto mais próximo aos anseios do povo e principalmente em
respeito a população, cultura e tradição, Pilares base para a realização de
todo evento comprometido com a história, respeitando passado, presente e fomentando
a permanência no futuro. Já existiram gestores que fugiram do compromisso
cultural da festa junina, com estilos musicais que em nada representavam as entranhas
históricas e culturais. Transformando uma festa junina num festival musical de
diversos estilos diferentes.
Na cidade de
Irecê por exemplo foram implementadas inovações
que foram bem recebidas pela população na festas juninas, porém ainda existe um
considerável publico que pedem o resgate do São João do Mercadão. Evento que perdurou
por muitos anos o lado da simplicidade, da cultura mais pura na essência da
palavra, onde o tradicional São João, com o ublico e artistas que atendem a um
perfil diferentes das grandes bandas de sucesso do momento, o ambiente do
mercadão que é a cara da festa junina, e levando em conta da descentralização e
melhor localização de acesso mais próximo ao centro da cidade.
Isso sem
deixar de falar do São Pedro da Boa Vista, que encontra-se ameaçado de não se
realizar novamente. Oque transparecer um processo sistemático de descaso e
correndo o risco de abandono. Seguindo na contramão da essência do verdadeiro
baiano, que mantém seu compromisso cultural com as tradições do seu povo, como
festas religiosas, festas de largo, festas culturais.
Esse
processo sistemático e gradativo ocorre quando a população não está atenta, e permite
que a desvalorização seja sempre colocada de lado, quando tratada com pouca ou
nenhuma relevância. Assim ocorreu na capital baiana, onde a baixa dos
sapateiros, cidade baixa, a estação da barroquinha, e outros pontos da capital
baiana sofreram este mesmo processo de deterioração cultural e respeito.
Nos últimos anos por exemplo moradores reclamaram que a Tertuliano Cambuí perdeu sua decoração natalina, bem como a praça Ayrton
Senna, ou a Praça da Bíblia, os bairros periféricos onde moradores mais idosos,
ou com problemas de locomoção, deixaram de viver nesta fase final da vida , a
alegria de ver no seu bairro, junto com seus vizinhos, familiares e amigos, o
São João dos bairros, com maior comodidade e revivendo as musicas tradicionais
e suas fogueirinhas na porta de casa.
É, difícil fazer
uma festa de São João em toda e qualquer cidade, principalmente mantendo os
compromissos de valores tradicionais, culturais, a história e principalmente
direcionada ao seu munícipe.
1 Comentários
Excelente artigo, Glaydson!
ResponderExcluirInfelizmente cada gestor que entra na prefeitura de Irecê quer implantar o seu estilo, sem nenhuma preocupação se este estilo agrada ao povão, aquele que deveria ser o primeiro a ser ouvido a respeito da programação.
Oxalá o seu manifesto seja levado em consideração e o povo seja mais valorizado, sendo ouvido no que pode ser feito para melhorar a programação.
E para encerrar, o São João do Mercadão nunca poderia ter acabado. Era a programação mais aguardada pelo povão.