Consumidores da Bahia se revoltam com mais um aumento no gás pela privatizada Acelen

 


Os consumidores baianos estão revoltados com mais um aumento no preço do gás de cozinha pela Acelen, que administra a refinaria de Mataripe – antiga Landulpho Alves (Rlam) da Petrobrás. Desde 1º de julho, está valendo o reajuste de 10,16% nos preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras, anunciado pela empresa do fundo árabe Mubadala Capital, na última quarta-feira (31).

Em março deste ano, a Acelen havia elevado os preços do gás de cozinha em 8% para as distribuidoras. Na prática, esse aumento variou entre R$ 5 e R$ 6 para os consumidores finais.

 

Antes do novo reajuste, o preço médio do gás em Salvador estava em R$ 135,00. O Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas) estima que o valor do combustível deve ultrapassar a marca de R$ 140,00 – o que é quase 10% do salário mínimo no Brasil, que está em R$ 1.412.

“É um aumento muito grande”, afirma indignada Jaqueline Rodrigues, vendedora de coxinhas e outros salgados, ao portal baiano A Tarde. “Hoje o gás é um dos maiores custos que tenho, pois não afeta apenas o botijão, mas outros insumos. Quando sobe o gás, tudo aumenta”, comenta Rodrigues.

Em nota, a Acelen diz que os preços do GLP “seguem critérios de mercado”, com base nas variações do custo do petróleo adquirido a preços internacionais, além do dólar e preço do frete.

A refinaria Rlam foi vendida pelo governo Bolsonaro no final de 2021. Mas ao privatizar a Rlam, Bolsonaro não apenas entregou o monopólio do refino para o fundo árabe Mubadala, mas também a capacidade de regular os mercados regionais.

“A Acelen pratica uma política de preços em que eles escolhem visando apenas o lucro”, critica o economista Eric Ferreira, que é especialista no mercado de gás, também em reportagem do A Tarde. “A privatização da refinaria transformou o agente dominante de estatal para ser privado”, denunciou Ferreira, ao destacar que a Acelen não visa o bem-estar social nem o desenvolvimento local em suas práticas de preços.

“No caso da Bahia, quando você vendeu a refinaria que produz e distribui a maioria absoluta dos derivados que são consumidos aqui no estado e em Sergipe também, você não vendeu uma empresa para aumentar a competição, você vendeu o agente dominante e toda a infraestrutura atrelada ao parque de refino, que continuou sendo agente dominante só que privado, cuja finalidade é o lucro puro”, avalia o economista.

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