A desaprovação do governo Lula (PT) oscilou
dois pontos para baixo e está em 51%, aponta pesquisa Quaest divulgada
nesta quarta-feira (20). A aprovação da gestão do presidente oscilou
três pontos para cima e é de 46%. A margem de erro é de 2 pontos para mais
ou menos.
Veja os números:
- Aprova: 46%
(eram 43% na pesquisa de julho);
- Desaprova: 51%
(eram 53%);
- Não
sabe/não respondeu: 3% (eram 4%).
A diferença entre aprovação e desaprovação é a menor desde
janeiro de 2025, quando havia empate técnico: 49% desaprovavam o governo Lula,
enquanto 47%, aprovavam naquele mês.
O pico de diferença entre aprovação e desaprovação ocorreu
em maio deste ano, quando 17 pontos separavam avaliação a negativa (57%)
da positiva (40%).
O cenário político brasileiro tem mostrado uma ironia curiosa: quanto mais radicais se tornam as atitudes bolsonaristas, mais o governo Lula aparece fortalecido nas pesquisas. A estratégia de ataque constante, marcada por discursos inflamados, notícias falsas e tentativas de deslegitimar instituições, tem produzido o efeito contrário ao esperado — em vez de enfraquecer o presidente, acaba projetando-o como vítima de uma oposição descontrolada.
A população, cansada do clima de confronto permanente, enxerga em Lula a figura da estabilidade frente ao barulho das alas mais extremistas. Mesmo que o governo enfrente problemas reais, como inflação, segurança e entraves econômicos, a comparação com o radicalismo bolsonarista cria a sensação de que o presidente representa o “mal menor” ou até mesmo um porto seguro diante da turbulência política.
Esse movimento revela uma lição clara: a oposição que se prende ao grito e à desinformação não conquista maioria, apenas reforça a rejeição. O eleitor comum, que busca respostas práticas para seu dia a dia, tende a se afastar de quem insiste em radicalizar.
Se o bolsonarismo deseja recuperar espaço, precisará rever sua postura, abandonar a retórica do caos e apresentar propostas concretas. Do contrário, continuará sendo o principal cabo eleitoral do próprio adversário.
Enquanto isso, Lula colhe os frutos políticos de um erro estratégico: o de uma oposição que acredita que barulho é sinônimo de força, quando na verdade tem se mostrado apenas um eco vazio, incapaz de dialogar com o Brasil real
.Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o governo Lula teve a melhor avaliação desde janeiro por conta da queda da inflação nos alimentos (caiu o percentual dos que acham que os preços subiram; e subiu o dos que acham que os preços caíram) e da reação ao tarifaço de Trump.
O levantamento aponta que:
- Lula
voltou a ser mais aprovado entre os que ganham até 2 salários mínimos,
entre os que têm ensino fundamental, os católicos, os de 60 anos ou mais e
os moradores do Nordeste. Em todos esse segmentos, havia empate técnico na
pesquisa anterior.
- Os
homens seguem desaprovando mais que aprovando Lula, mas a diferença, que
chegou a 20 pontos em maio, caiu para nove pontos.
- A
aprovação de Lula cresceu no estado de São Paulo, de 29% para 34%. A
desaprovação oscilou para baixo, de 69% para 65%. Na Bahia e em
Pernambuco, Lula voltou a ser mais aprovado que desaprovado.
A pesquisa sobre o tarifaço mostra também que:
- 71%
consideram que Trump está errado ao impor tarifas por acreditar que há
perseguição a Bolsonaro;
- 55%
acham que Bolsonaro, e 55% que Eduardo estão agindo mal diante do assunto
- 46%
acham que Lula está agindo mal
- 77%
dizem que as tarifas vão prejudicar suas vidas
- Subiu
para 67% o número de brasileiros que acham que o Brasil deve negociar
- Caiu
para 26% o número de brasileiros que consideram que o Brasil deve taxar os
EUA
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